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Solidão?

by - dezembro 30, 2018


Morar sozinho tem muitos benefícios. Alguns, como dar festas todo final de semana e nunca lavar a louça contra a sua vontade, se reservam apenas ao imaginário. Outros, como poder decorar o seu cantinho, criar as suas próprias regras e andar pelada sempre que quiser, acabam se concretizando mesmo.

Ainda assim, existem alguns aspectos não tão agradáveis assim nessa jornada e nós precisamos falar sobre eles. A solidão é apenas um dos perigos escondidos na independência. Vamos tratar apenas dela hoje, mas se te interessar conversar sobre os outros: deixe um comentário, por favor. 

Mas, Sabrina, o que é a solidão, afinal?

Segundo o dicionário, solidão é "o estado de quem está só, retirado do mundo". Parece uma explicação muito redundante, né? 

Mas, na minha experiência, eu pude perceber que a solidão é exatamente isso. Uma sensação permanente de não estar conectado com nada, de se sufocar dentro de si mesmo. Como se, de repente, você tivesse cavado muito fundo e não soubesse como voltar. Ou, então, após tanto tempo sozinho, não encontrasse mais tanto prazer na sua própria companhia.

Sabe quando você assiste muitos episódios da sua série preferida e sente, que mesmo a amando, você precisa assistir algo novo? O solitário se sente exatamente assim. Sua maior carência é a excitação que novas pessoas, conversas e experiências trazem à vida.


O grande problema, meu caro, é que a solidão é sorrateira. Ela chega de mansinho e é preciso muito autoconhecimento para reconhecê-la logo no início.

Para quem mora sozinho, trabalha ou estuda em casa, a falta de uma obrigação social fora de casa é um grande fator de risco. Começa com um dia sem sair de casa, depois outro e, quando nos damos conta, uma semana inteira foi embora sem que víssemos alguém pessoalmente. O próximo passo é bater um papo com a ansiedade, a tristeza (sem motivo aparente) e a irritabilidade: os top sintomas da mente solitária.

Até com os introspectivos é assim! O isolamento, que antes energizava tanto, acaba não provocando efeito algum. É sufocante! 

Não entendemos o que sentimos até percebermos a falta de contato social na nossa rotina. Daí a importância de, com o tempo, ficarmos mais atentos e nos conhecermos. Aprendermos a diferença a solidão e solitude (que é um estado incrível de aproveitar a própria companhia) e encontrarmos alguns antídotos que nos blindem desse mal.

No fim de tudo, a solidão é como um termômetro, sabe? Quando ela chega, é para dizer que algo em nossos relacionamentos não vai bem. Seja no tempo dedicado a nos relacionarmos, seja na qualidade dos contatos.

Se possível (e sendo a louca das listas), eu ficaria feliz em poder te ajudar. Eu tenho alguns contra-ataques muito eficazes para podar a solidão, que fui desenvolvendo ao longo do tempo. Se for útil para você, use sem medo! 

São eles:

Ligar para alguém.

Não é mandar uma mensagem. Não é mandar um áudio de 10 segundos. É ligar! Esperando enquanto chama e tudo mais.

A espontaneidade de uma ligação, de estar 100% ali com outro ser humano, tagarelando e rindo juntos, refresca o coração. Não é como o contato de pertinho, mas quebra um galho nos horários mais inesperados (que é justamente quando a bendita solidão resolve fazer uma visita). Não precisa passar horas no telefone (embora eu passe, de vez em quando, e adore). Apenas alguns minutinhos já são suficientes para sentir os efeitos bacanas de passar o tempo com alguém que você adora, ok?


Sair de casa.

Às vezes, é terça feira à tarde, dia 30, e nenhum dos seus amigos pode te encontrar. Acontece. Mesmo assim, saia de casa: dê uma volta, vá na padaria, no açougue, no supermercado... Converse com a senhorinha na fila dos legumes, pergunte do tempo, deseje "boa tarde" a um estranho, dê um sorriso. INTERAJA! Veja a vida acontecer e, o mais importante, veja o quanto acontece na vida das outras pessoas. Não é futricar, mas sim entender que você não está sozinho. No silêncio da casa, às vezes é difícil perceber, mas existem bilhões de pessoas mundo a fora, em coexistência contigo. Mais uma vez: você não está sozinho!

Visitar um amigo.

Acabei de perceber que essa é a junção da dica 1 e 2. Deve ser por isso que ela é tão poderosa.

Ir ao encontro de um amigo, enquanto passeia pela rua no caminho, te preenche de contato humano conhecido e desconhecido. Pessoas desconhecidas e amadas, na mesma oportunidade.

Se estiver em uma situação crítica de isolamento, não se acanhe. Converse com seu amigo sobre isso. Peça ajuda! Não tenha medo de ser tido como fraco ou carente (99% do que a gente acha que as pessoas pensam sobre nós nunca sequer passou pela cabeça delas, lembra?). Se ele for seu amigo mesmo, vai ficar super feliz em te ajudar.

No mais, um simples abraço dele(a) é suficiente para diminuir o seu estresse, aliviar a dor física e controlar a pressão arterial. Tudo cientificamente comprovado e muito bem-vindo, concorda?


Conhecer pessoas novas e alinhadas com o meu jeitinho.

Às vezes, vemos pessoas o tempo todo. Passamos os fins de semana fora. Chega até a faltar um tempinho livre. Mas no fundo, no fundo, ainda nos sentimos solitários, como se fôssemos incapazes de nos conectar a quem está a nossa volta.

Esse é o momento de procurar uma nova turma. Não é abandonar a antiga, mas buscar por amigos novos e mais alinhados aos seus gostos e visão de mundo, com quem você se sinta livre para compartilhar aquelas coisinhas que parece que só você curte.

Eu vivi uma fase dessas há um tempo (acredito, inclusive, que ainda estou vivendo). O que me ajudou foi focar nas pessoas certas que já estavam na minha vida e buscar por oportunidades de conhecer outras. 

Na vida adulta, e vivendo em casa principalmente, pode ser difícil se enturmar no cotidiano, mas as dicas desse artigo podem te ajudar. Praticar um voluntariado, se inscrever em um cursinho rápido, ir em eventos... Perde essa vergonha disfarçada de preguiça e se joga!

Se precisar conversar, pode me chamar!

E me conta, ali nos comentários: como você dribla a sua solidão? Aposto que você conhece um antídoto certeiro. Compartilhe conosco!

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